02/03/10




O mar azul e branco e as luzidias
Pedras – O arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida
Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida.

De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa.

Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar.



Sophia de Mello Breyner Andersen

1 comentário:

Anónimo disse...

eish o.o excelente, nao percebi, e quando nao percebo gosto xD